Com o surgimento da internet, alguns pontos de discussão foram levantados, como segurança de dados. Em um cenário em que mais de 80% da população está conectada, como acontece no Brasil, novas tecnologias são criadas para uma navegação mais segura. Alguns já são populares, como biometria.
Segurança e identificação biométricas
Ao autenticar um usuário, é importante garantir que o acesso feito por meio da biometria não falhe. Um exemplo muito comum de uso dessa ferramenta de identificação é o registro e o acesso a uma conta bancária digital.
Uma pesquisa realizada pelo banco digital N26, em parceria com a Accenture, mostrou que o Brasil tem o segundo maior crescimento no suporte aos usuários de bancos digitais no mundo (com uma taxa de participação de 78%), atrás apenas da Suíça (com 82%).
Além disso, esse mesmo estudo afirmou que a população brasileira está em terceiro lugar no maior número de clientes com contas digitais em todo o mundo.
Esses números mostram a grande popularidade dos bancos digitais, e eles, cientes das preocupações dos clientes, usam a identificação biométrica como um recurso de segurança.
Como o assunto é delicado, já que a segurança de nossas vidas financeiras está em jogo, toda proteção é bem-vinda.
Observando a popularidade da identificação biométrica em nossas vidas diárias, surge a pergunta: podemos fazer algo para melhorar nossa segurança quando fazemos operações biométricas?
Sim! Graças à qualificação da imagem em correspondências biométricas.
O que é correspondência biométrica
A correspondência biométrica é baseada no conceito de que todos nós temos combinações únicas de traços que nos diferenciam das outras pessoas.
Assim, ao capturar uma foto de rosto, por exemplo, é possível identificar uma pessoa se os dados biométricos contidos na foto corresponderem aos dados coletados anteriormente.
Embora essa análise possa ser feita por um ser humano, hoje em dia a maneira mais rápida e eficiente de realizar essas operações é usar uma máquina que possa, em questão de segundos, verificar a imagem e determinar a identidade de um indivíduo.
E é aí que a qualificação da imagem entra em jogo: uma imagem de boa qualidade que destaca as características do indivíduo, permite uma leitura rápida e melhora não apenas a velocidade com que a máquina executará essas operações, mas também diminui a taxa de erros que eventualmente podem ocorrer.
Sendo assim, como podemos fazer para qualificar o que é ou não uma boa captura biométrica?
Entenda a qualificação da imagem
Para responder a essa pergunta, foi criada a norma ISO/IEC 19794-5, elaborada, como o nome sugere, pela ISO e pela IEC (organizações especializadas em padronização internacional), cujo objetivo é descrever a melhor forma de coletar dados biométricos faciais.
Esse padrão também é chamado de padrão ICAO, pois é usado pela Organização da Aviação Civil Internacional para padronizar as fotos usadas nos passaportes dos indivíduos, reforçando a relevância global do uso da biometria como fator de proteção.
Além da segurança já mencionada, a norma tem como objetivo:
- Facilitar a análise da identificação facial realizada por máquinas.
- Aumentar a precisão das operações de análise facial.
- Permitir que os aplicativos biométricos funcionem de forma eficiente mesmo em máquinas com poucos recursos computacionais.
Para atingir esse objetivo, o padrão regulariza elementos da captura, como: expressões faciais, posição do rosto, iluminação ambiente, posicionamento e foco da câmera, tamanho e resolução da imagem, entre outros.
Com base nesse padrão, algumas dicas para realizar uma boa captura da biometria facial são:
- Evite expressões faciais (como sorrir ou franzir a testa).
- Mantenha sua boca fechada.
- Evite usar acessórios que cubram seu rosto (como óculos ou bonés).
- Certifique-se de estar em um ambiente bem iluminado, com a luz voltada diretamente para você.
- Certifique-se de fazer uma captura em um ambiente com um fundo uniforme.
Embora essas sejam boas medidas e, em geral, seja uma boa ideia segui-las, não é necessário monitoramento humano para garantir a conformidade com esse padrão.
Assim como uma máquina pode realizar operações biométricas de captura e correspondência, essa verificação pode ser feita por meio de operações automáticas guiadas por inteligência artificial (IA).
IA na qualificação de imagens
Um exemplo de aplicativo que ajuda a qualificar imagens de biometria facial é o API de qualidade.
Por meio de inteligência artificial de última geração, essa ferramenta analisa as capturas faciais e aponta quais dos pontos do padrão rígido proposto pela ISO/IEC estão sendo seguidos, garantindo mais eficiência nas operações biométricas.
Além disso, a API de qualidade tem a possibilidade de qualificar também as capturas de impressões digitais, seguindo o padrão NFIQ, que, assim como o ICAO, foi criado para padronizar a qualificação das imagens de impressão digital.
Embora as operações biométricas funcionem sem a necessidade de realizar a verificação de qualidade com antecedência, esse tipo de análise garante mais eficiência nas operações biométricas e reduz as taxas de erro de sistemas biométricos, de forma rápida e fácil de implementar.